PLATAFORMAS DE EDUCAÇÃO SOFREM COM ATAQUES DE HACKERS DURANTE PANDEMIA

Aumento de ataques virtuais às plataformas de ensino crescem até 350% durante período de pandemia de Covid-19

 

A empresa russa de softwares de segurança para a Internet Kaspersky fez um levantamento que apontou que apenas no primeiro semestre de 2020 o número de investidas DDoS –  ataque de negação de serviço, sigla traduzida, para a tentativa de sobrecarregar os servidores para que determinado serviço fique indisponível aos utilizadores – subiu pelo menos 350% por mês a plataformas de recursos educativos, quando comparado ao mesmo período de 2019.

Os especialistas da Kaspersky apontam que o aumento da popularidade dessas plataformas de aprendizagem à distância é um dos principais motivos para o aumento dos ataques. Além disso, a falta de preparo das instituições educacionais também é um dos fatores de risco, uma vez que muitas empresas passaram a utilizar o meio para desempenhar suas atividades.

Educação a distância ampliou possibilidades para hackers

Com o ano letivo sendo migrado para o ambiente virtual, vários alunos e professores tiveram de acessar as aulas por meio de um computador, notebook ou até mesmo smartphone. Isso tornou o setor educativo um alvo ideal para ciberataques, aliando a maior movimentação online do setor com a falta de experiência de alguns usuários.

As aulas à distância, no entanto, não estavam apenas expostas aos ataques DDos. No mesmo período, de acordo com a pesquisa da empresa russa, também foram identificadas muitas outras ameaças disfarçadas de plataformas de aprendizagem. Do Moodle ao Zoom, como também o Google Meet e o Classroom, criminosos podem ter usado esses aplicativos para tentar invadir a privacidade de usuários, a fim de encontrar dados bancários e outras informações que poderiam render dinheiro ou até mesmo chantagens.

No segundo trimestre de 2020, a pesquisa apontou que foi registrado um aumento de 217% no número dos ataques DDoS detectados e que foram bloqueados, em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, entre os meses de abril e junho, os especialistas identificaram a mesma tendência que foi vista nos primeiros meses do ano.

Tendência internacional

home-office-com-seguranca-1024x576.jpg  

Os dados não estão restritos a um único país ou continente. Em Portugal, por exemplo, o número médio de ataques diários registrados apenas no segundo trimestre teve um aumento de 30% em relação ao primeiro trimestre. Enquanto o número máximo de ataques em um único dia no segundo trimestre foi de 300, nos três primeiros meses de 2020 esse número se manteve em 242.

A expectativa é de que as empresas invistam mais em segurança e capacitação, para evitar que esses ataques continuem acontecendo neste segundo semestre. Além disso, com a retomada gradual de algumas atividades, essas plataformas online estão gradativamente perdendo acessos e também o interesse dos criminosos.