Mercado exige profissionais curiosos e abertos ao novo

Devs precisam conhecer sobre diversas linguagens de programação, entre elas, Python, e saber trabalhar com cloud computing

Danylo Martins, especial para IT Mídia

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Foto: Adobe Stock

Com o avanço das startups e a necessidade de grandes empresas acelerarem a transformação digital dos negócios, os desenvolvedores (devs) passaram a ser procurados por diversas companhias. O mercado está , mas encontrar pessoas qualificadas tem sido um desafio e tanto para os empregadores. Para os profissionais, a régua também fica mais alta, ou seja, é preciso se capacitar cada vez mais para despertar o interesse das empresas.

Na entrevista a seguir, Sergio Gama, senior developer advocate leader for Latin America da IBM, fala sobre os principais perfis de devs e quais competências são necessárias para se destacar no mercado.

 

IT Mídia: Quais os principais perfis de desenvolvedores hoje no mercado?

Sergio Gama: A gente tem muito os perfis de front-end e back-end. O full stack. Tem aquele que é mais voltado para devops. Mas temos alguns perfis novos. Com a transformação digital, inteligência artificial e big data, estamos falando muito também de cientistas de dados, engenheiros de dados. E também podemos falar que existem os desenvolvedores de mainframe, geralmente presentes nas grandes empresas.

 

IT Mídia: Quais são as principais diferenças de perfil entre desenvolvedores back-end e front-end? O que muda em relação à qualificação profissional?

Gama: De maneira geral, quando eu falo de front-end, estou falando muito mais de design, da experiência do usuário. Quando instalamos um aplicativo de banco no celular, por exemplo, o que se vê é o front-end. Existem desenvolvedores com melhor qualificação para desenvolver front-end, que tem muito a ver com experiência em interação direta com usuários. No back-end, se exige outro perfil de desenvolvedor. Quanto de back-end, é toda a parte da transação, persistência de dados, a parte de security que vai validar a sua credencial. Já o desenvolvedor full stack é o cara que faz tudo isso.

 

IT Mídia: As empresas, sejam grandes ou startups, estão buscando profissionais que tenham qualificação em quais tecnologias?

Gama: Hoje certamente pessoas com conhecimento em transformação digital. De uma forma ou de outra, nós temos como motor desta transformação a cloud computing. Estamos falando de cloud computing e ‘agilização’ de dados, que é uma demanda muito grande hoje. Começar a trabalhar com os dados e utilizar inteligência artificial para isso. E uma coisa que está muito em voga é blockchain, integrado a internet das coisas e à computação de ponta. Sem dúvida nenhuma, essas são as tecnologias mais buscadas hoje no mercado.

 

IT Mídia: Além dos bancos, que concentram boa parte dos investimentos em tecnologia no país, quais outros setores estão buscando esses profissionais?

 

Gama: Até um tempo atrás nós diríamos que muitas das tecnologias disruptivas estavam mais no ramo das empresas corporativas. Só que, com a cloud computing, isso não é mais verdade. A tecnologia hoje está democratizada. Estamos falando de pequenas, médias e grandes empresas. Óbvio que as grandes contratam mais, mas nós temos empresas pequenas contratando cientistas de dados.

 

IT Mídia: De maneira geral, no caso de uma startup ou de uma grande empresa, o que muda no perfil de qualificação demandado?

Gama: Não há muitas mudanças. O que acontece nas pequenas empresas é que encontramos nelas com mais frequência o profissional full stack. Porque quando eu tenho uma limitação de custos e um time menor, eu contrato aquele profissional que sabe fazer tanto em uma ponta quanto em outra. Em uma empresa maior, a separação entre front-end e back-end é mais bem definida.

 

IT Mídia: Além das habilidades técnicas, quais outras competências o profissional precisa ter para se destacar no mercado hoje?

Gama: Obviamente, todo desenvolvedor precisa conhecer linguagem e lógica de computação. Hoje, falando em termos de tecnologia, sem dúvida nenhuma os profissionais que conhecem Python e sabem trabalhar com cloud computing. Isso significa conhecer dados e saber como tratá-los, além de entender, na medida do possível, algoritmos ligados à estatística e matemática. Também temos que falar bastante de soft skills. Hoje, é muito importante networking que, inclusive, promovemos nos nossos eventos. Independentemente da área, é muito importante saber trabalhar em equipe, conseguir colaborar e compartilhar as ideias. Os profissionais do futuro são aqueles realmente curiosos, persistentes, interessados em conhecer o novo.

 

IT Midia: Por onde o profissional começa esse percurso? Tem alguns recursos que ele possa usar?

Gama: Na própria IBM, temos uma série de tutoriais de capacitação. Há também a própria Maratona, que é um evento justamente com o objetivo de promover essa imersão nas tecnologias. Para quem está começando, sugiro que participem de comunidades de tecnologia, dentro e fora das universidades.

É nelas onde se aprende do que se está falando atualmente, quais são os dilemas e os desafios da área, as experiências.

Para saber mais sobre a Maratona Behind the Code, acesse maratona.dev.