RESOLUÇÃO DO CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO PASSA PELA ADOÇÃO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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O sistema tributário brasileiro é complexo. Todos os dias, inúmeras mudanças administrativas e legais são publicadas nas esferas municipal, estadual e federal, colaborando para que o sentimento de insegurança do mercado aumente. Pagar os tributos de maneira adequada torna-se, assim, um desafio e tanto. Não é incomum a empresa pagar valores desproporcionais e indevidos, o que leva ao contencioso tributário, ou seja, uma forma de defesa para evitar esse pagamento extra. Entretanto, diante da morosidade do sistema judiciário e das dificuldades do setor, é preciso apostar em soluções que agilizam e melhoram essa questão – como é o caso de ferramentas baseadas em inteligência artificial.
Hoje, o Brasil é o país com a maior taxa de litigiosidade do mundo – no estoque do sistema judiciário nacional há quase 100 milhões de ações em trâmite, segundo dados da pesquisa “Justiça em Números”, do Conselho Nacional de Justiça. Dados de levantamento do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) realizado em conjunto com a EY estima que os gastos do contencioso tributário ultrapassam 50% do PIB Nacional – em torno de R? 3,4 trilhões – e as ações levam uma média de 18 anos e 11 meses para ser concluído.
Isso ocorre porque as empresas estão sujeitas à grande massa da contribuição fiscal em diferentes âmbitos pela legislação nacional – o que, aliado à morosidade na resolução dos conflitos judiciais, infla ainda mais esses números. Assim, três desafios emergem à espera de resoluções: 1) a desburocratização e simplificação do sistema para evitar a judicialização, além de manter coerência em decisões judiciais para que os contribuintes possam projetar o resultado final; 2) a utilização de tecnologia para diminuir o congestionamento de ações; 3) a possibilidade de realização de acordos e composições (Alternative Dispute Resolution – ADR) na esfera do contencioso tributário.